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Um dos direitos humanos básicos é o de possuir uma alimentação adequada e saudável, com acesso a uma prática alimentar que, além de atender às necessidades biológicas e sociais do indivíduo, esteja inserida em sua cultura alimentar e seja variada, equilibrada, moderada e prazerosa, garantindo, dessa forma, a segurança alimentar e nutricional. Os estudos nutricionais de base populacional realizados no Brasil nas últimas décadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Ministério da Saúde , entre outros, mostram uma situação de transição nutricional, com diminuição da desnutrição e aumento da prevalência da obesidade e das doenças associadas, para todas as faixas etárias e em todas as regiões do Brasil. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade, além de ser considerada uma epidemia global, está associada à crescente prevalência de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), sendo responsável pela maior parcela das mortes e pelo aumento considerável das despesas com o sistema público de saúde . Nesse contexto, os profissionais da área da Saúde têm um importante papel na promoção da alimentação adequada e saudável, compromisso expresso na Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN).
Na área da alimentação, o consumidor final conta com dois principais canais de acesso aos alimentos: a rede varejista, com grande concentração nos supermercados, e a Alimentação Fora do Lar (Food Service). Neles, os 15 mil técnicos em Nutrição e Dietética inscritos nos Conselhos Regionais de Nutricionistas do Brasil encontram seu principal mercado de trabalho. Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas (Aberc), os setores ligados à Alimentação Fora do Lar cresceram 292,3%, diante de um crescimento de 209% do varejo alimentício tradicional. Tais dados se confirmam com a divulgação feita pelo IBGE, por meio da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, mostrando que mais de 25% das refeições no Brasil são consumidas fora do lar, sendo que, nos grandes centros urbanos, essa proporção passa de 30% – confirmando um potencial de crescimento promissor desse mercado. Além disso, a própria Aberc aponta para a estabilidade do setor nos últimos anos, em função do processo de terceirização no fornecimento de refeições institucionais e do desenvolvimento de novos nichos de mercado, prevendo crescimento de 10% ao ano.
O Técnico em Nutrição e Dietética é definido como um profissional da área da Saúde, que tem como princípio básico de sua atuação o bem-estar do indivíduo e da coletividade. O presente Plano de Curso foi revisto de acordo com o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de Nível Médio do Ministério da Educação (MEC), e atualizado conforme as exigências específicas da ocupação, as inovações científicas e tecnológicas do segmento, as mudanças no cenário alimentar e nutricional do País e as novas tecnologias educacionais. |