Nos últimos dois anos, cerca de 70 pessoas com deficiência foram formadas na instituição

Natal (RN), 19 de setembro de 2022 - Apesar da Lei Federal 8.213/1991 determinar que empresas com mais de cem funcionários, haja, no mínimo, 2% de pessoas com deficiência no quadro de colaboradores, a inclusão desse público no mercado de trabalho ainda é uma pauta presente no Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado no dia 21 de setembro.

Pensando em colaborar para minimizar a discriminação e exclusão de oportunidades para essa parcela da população, o Senac RN tem investido em iniciativas para inclusão de pessoas com deficiência, por meio da educação profissional. Nos últimos dois anos a instituição atendeu mais de 70 alunos com deficiência motora, auditiva, mental, visual e múltipla, para capacitações nas áreas de Biossegurança, Idiomas, TI, Gastronomia, Gestão, Beleza e Comércio.

Destas, mais de 30 matrículas foram gratuitas, frutos do relacionamento entre o Senac e associações representativas e que viabilizou, por meio do Programa Senac de Gratuidade, oferta gratuita para os cursos de Operador de Computador, Assistente Administrativo e Recepcionista.

Dário Gomes, presidente da Sadef, que atende atletas PCD de alto rendimento, avaliou como positiva a ação do Senac e relatou que a falta de qualificação é um dos fatores que  prejudica a inserção no mercado das pessoas com deficiência. “É isso que falta, capacitação e qualificação. Muitos não têm acesso e falta oportunidade. Essas ações do Senac ajudam bastante”, afirmou.

De acordo com o diretor regional do Senac, Raniery Pimenta, além de proporcionar uma estrutura acessível em suas unidades, a cultura inovadora da instituição tem permitido a capacitação dos educadores para aplicarem práticas de aprendizagem cada vez mais receptivas entre o público PCD.

“O Propósito do Senac é transformar a vida dos norte-rio-grandenses por meio da educação. Em nossas estratégias de atuação prezamos por desenvolver ações inovadoras e inclusivas para atender toda a diversidade da população potiguar e minimizar cada vez mais parcelas  que, por algum tipo de deficiência,  acabam sendo excluídas. Nossos instrutores são continuamente treinados a estarem se atualizando com as novas tecnologias e métodos modernos para oferecer a todos os públicos uma educação profissional inovadora e de excelência”, disse o diretor.

Além das ações direcionadas ao público externo, atualmente, a instituição conta com pessoas com deficiência ocupando diversas funções. Uma delas é a assistente comercial, Sandra Sousa. Cadeirante, ela perdeu o movimento das pernas como sequela de poliomielite quando tinha um ano de idade. Sandra foi admitida no Senac em 2012, quando estava cumprindo o último semestre do curso de Marketing, na Universidade.  Então desempregada, ela relembra as dificuldades que enfrentava por ser cadeirante. 

“No período em que fiquei desempregada foi difícil até para participar dos processos de recrutamento. Certa vez, fui chamada para fazer a entrevista e como o local não tinha acessibilidade, o responsável disse que em outra oportunidade entraria em contato. Isso nunca aconteceu”, explicou

Nos dez anos de trabalho no Senac, Sandra já trilhou uma trajetória que inspira e mostra para o mercado de trabalho que é possível promover a inclusão da pessoa com deficiência, a partir de ações intencionais das empresas e também do público PCD.

“As pessoas com deficiência também podem buscar se profissionalizar, fazendo cursos nas áreas de interesses. Claro que é válida e necessária a luta para conscientizar o mercado empregador sobre a acessibilidade e combate ao preconceito. Infelizmente, o mundo não foi pensado para o funcionar para o que é diferente, ainda temos um longo caminho e podemos contribuir nessa lita também buscando a qualificação e evolução”, incentiva.